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Antonio Loureiro

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Antonio Loureiro - Só

 

O compositor e multi-instrumentista Antonio Loureiro chega ao segundo álbum solo apostando na liberdade do improviso e defendendo uma criação musical que prescinda de rótulos classificatórios. Em sua concepção, não há diferença entre canção e música instrumental ou entre o popular e o erudito. “Se me perguntam qual tipo de música eu faço, não tenho resposta para dar”, confessa Loureiro.

 

“Só” é fruto da coleção das referências sonoras que acompanharam Loureiro nesses seus 26 anos de vida. Se determinado momento do disco faz lembrar o som progressivo das bandas Yes ou Genesis e, logo na sequência, surge um toque de jazz contemporâneo à la Brad Mehldau, ou então uma canção, no melhor estilo da tradição brasileira, não se trata de coincidência. A mistura foi intencional e serviu de mote não apenas para o processo de composição como para a produção do álbum. 

 

“Eu fico muito intrigado com essa não barreira que podemos ouvir em trabalhos como os de Mario Laginha, André Mehmari, Egberto Gismonti ou Guillermo Klein. Num mesmo assunto estão contextualizados paisagem sonora, arranjo e letra”, explica Loureiro que, apesar de nascido em São Paulo, despontou entre os novos artistas da atual cena musical de Belo Horizonte, cidade onde foi criado.

 

Formado em percussão na Universidade Federal de Minas Gerais, com especialização em composição e teclados de percussão, sua trajetória de músico profissional teve início em 2000. Como baterista e percussionista, acompanhando diversos artistas, entre eles, Toninho Horta (como integrante da Orquestra Fantasma), Chico Amaral, Flávio Henrique, Juarez Moreira, Robertinho Silva e Duofel.

 

Mais adiante, ajudou a formatar a sonoridade das bandas A Outra Cidade (com Kristoff Silva, Makely Ka e Pablo Castro) e Ramo (ao lado de Daniel Pantoja, Felipe José, André Rocha, Rafael Martini e Frederico Heliodoro). Com a primeira, entre outros shows, se apresentou no Mercado Cultural da Bahia de 2009. Mesmo ano em que o grupo Ramo foi selecionado para o Projeto Pixinguinha, rendendo a gravação e o lançamento de um CD, com produção assinada por Benjamim Taubkin.

 

O trabalho autoral do artista ganharia maior destaque em 2010, com “Antonio Loureiro”, seu primeiro álbum solo. O disco, que conta com participações do pianista André Mehmari, do quinteto de clarinetes Sujeito a Guincho e dos cantores Marcelo Pretto e Fabiana Cozza, contribuiu também para revelar a faceta multi-instrumentista de Loureiro – nas faixas, ele se alterna entre piano, violão, vibrafone, marimba e, naturalmente, percussão.

 

A estreia em disco solo veio acompanhada pela transferência do músico para São Paulo, onde vive atualmente, e de uma pequena turnê por Portugal e França, para concertos de divulgação. Foi na Europa que começou a planejar seu segundo álbum, já pensando em investir num trabalho que explorasse a liberdade do improviso.

 

Nenhuma das faixas de “Só” teve seu arranjo formalmente escrito. O álbum está centrado em piano, baixo, vibrafone, bateria e vozes – e, na maior parte das gravações, é o próprio Loureiro quem responde por todos os instrumentos. “Passagem”, por exemplo, foi composta a partir de acordes soltos de piano. “No espaço entre os acordes, coloquei improvisos de bateria e, depois, acrescentei vozes, com a mesma aleatoriedade”, explica Loureiro.

 

A opção pelo imprevisível também está na segunda parte de “Cabe na minha Ciranda”. Os solos de saxofone de Thiago França são improvisos que foram registrados separadamente e, mais tarde, sobrepostos e colados na edição.

 

Outra característica marcante desse novo álbum é a influência da cultura popular brasileira. Abrindo o disco, “Pelas águas” apresenta trechos da letra em tupi-guarani, com a sonoridade das palavras indígenas se misturando à melodia. “Boi”, por sua vez, tem a forte marcação rítmica inspirada no bumba-meu-boi do cantador Mestre Humberto de Maracanã. O contorno regional também está na já citada “Cabe na minha Ciranda”, trazendo a poesia e a voz de Siba. A parceria deles é antiga: Loureiro é integrante da banda do artista pernambucano.

 

“Só” destaca-se ainda pelas participações especiais, com as presenças de Tatiana Parra (voz), Pedro Durães (programações eletrônicas), Frederico Heliodoro (baixo elétrico), Rafael Martini (acordeon e vozes), Trigo Santana (contrabaixo), Alexandre Andrés (flautas), Daniel Santiago (violão), Sérgio Krakowski (pandeiro) e dos argentinos Santiago Segret (bandoneon) e Andrés Beeuwsaert (piano). 

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